O Governo e o Presidente têm funções diversas. Enquanto o Governo quer, pode e manda, o Presidente influencia, convence e só raramente decide. A proximidade das legislativas e das presidenciais faz com que ambas as campanhas eleitorais se sobreponham. Tanto à esquerda como à direita ainda decorrem primárias para escolha de candidatos. Não é inédito e, embora primárias atribuladas à esquerda sejam mais habituais, é o que costuma suceder. Como as funções do Governo e do Presidente se distinguem com nitidez, nenhum partido é prejudicado por ainda não ter candidato. A verdadeira consequência das pseudo, proto e firmes candidaturas presidenciais é irem ocupando espaço de debate com supostos apoios, intrigas qualificadas e discursos à vontade do eleitor. O drama é que precisávamos desse espaço para debater os próximos quatro anos. Parece é que ninguém se importa muito com isso.
Diário Económico de 18 de agosto de 2015