5 de outubro de 2015

Labirinto

Até agora, Passos Coelho seguiu uma estratégia cuidadosamente preparada: não propor, não convencer, não aparecer e não falar.Propostas e contas nem pensar. Balanço dos últimos quatro anos era para esquecer. Ideias para os próximos quatro melhor esconder. E entrevistas e debates estariam foram de questão. No fundo, tratava-se de despolitizar as eleições dizendo que não haveria alternativa e que qualquer alteração de rumo, mínima que fosse, seria um desastre. Mais do que cativar votos, esta estratégia pretendia levar os indecisos a não votar, fazendo-os crer que não havia nada a mudar. Só que bastou tornar a haver debate político - julgar o que se fez, ponderar o que se vai fazer - para que ficasse claro que não é possível prender o país em 2011 e mandar a chave fora. Passos Coelho está outro: já vai dar entrevistas e começou a defender o seu legado. Parece é ir muito tarde para seduzir indecisos, que dificilmente irão compreender esta súbita mudança.se nenhuma, o Estado pagava turmas a colégios privados.

Diário Económico de 15 de setembro de 2015

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